QUESTÃO 1
As primeiras cinco fases de nossa Olimpíada acontecem por meio digital. Você está agora, provavelmente, diante de um computador. Essa máquina tem uma história, e essa faz parte da sua própria história. Observe estas propagandas de micro-computadores, ambas da década de 1980; a primeira trata do modelo TK 85 e a segunda, de um modelo posterior, o TK 95.
As primeiras cinco fases de nossa Olimpíada acontecem por meio digital. Você está agora, provavelmente, diante de um computador. Essa máquina tem uma história, e essa faz parte da sua própria história. Observe estas propagandas de micro-computadores, ambas da década de 1980; a primeira trata do modelo TK 85 e a segunda, de um modelo posterior, o TK 95.

Alternativas
A. As propagandas indicam que o computador tornava-se um equipamento pessoal, utilizado nos lares.
B. A propaganda do TK95 apela para a questão da informação, tanto em seu texto como na imagem, demonstrando outros usos potenciais para aquela máquina.
C. O TK 85 era um equipamento pouco sofisticado, o que tornava extremamente lento para o usuário comum navegar na internet.
D. À medida que havia mais recursos tecnológicos, o computador se tornava mais presente na vida das pessoas, deixando de ser um equipamento prioritariamente de trabalho, trazendo recursos de lazer.
Comentário
A questão que abre a nossa Olimpíada, bastante contemporânea, teve como objetivo levar os grupos de alunos inscritos na competição a refletir sobre a historicidade das próprias tecnologias que os rodeiam. Por meio da leitura das propagandas do TK 85 e do TK 95, ambas produzidas na década de 1980, observa-se como os computadores tornavam-se um equipamento pessoal, que deixava de ser um equipamento prioritariamente de trabalho e adentrava as casa também como possibilidade de lazer. Era preciso estar atento para o fato de que, nesse momento, a internet ainda não era uma rede mundial e amplamente acessível; as pessoas não se conectavam nem buscavam informações online e os equipamentos, que hoje nos parecem tão antiquados, eram importantes novidades tecnológicas.
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 4 PONTOS
C - 0
D - 5 PONTOS
QUESTÃO 2
Leia o documento abaixo e selecione, dentre as alternativas, aquela que considerar a mais pertinente.
Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha
Trechos de carta
Senhor
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer. (…)
Viu um deles [índio] umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem lhas dera. (…)
Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença.
E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. Portanto Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim.
Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. (…) e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (…) De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os
achávamos como os de lá.
achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (…)
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
Alternativas
A. Na carta ao rei de Portugal Pero Vaz de Caminha descreve a terra encontrada.
B. O documento descreve uma população nativa que o autor narra como generosa e gentil, e por este motivo deve ser cuidada.
C. A carta indica ao rei de Portugal formas de se apossar de riquezas e de expandir o cristianismo.
D. A carta indica que os índios produziam seus alimentos em roças e criavam rebanhos para seu sustento.
Comentário
A segunda e terceira questões utilizam a Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel I de Portugal como documento histórico. Esse documento descreve a terra encontrada e sua população nativa como generosa e gentil. A extrapolação às informações do texto encontra-se na compreensão de que a carta indicava ao rei de Portugal formas de se apossar de riquezas e de expandir o cristianismo, ao mesmo tempo em que descrevia os indígenas como não produtores de seu sustento. “(…) Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame (…)”.
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 4 PONTOS
C - 5 PONTOS
D - 0
QUESTÃO 3:
A carta de Pero Vaz de Caminha foi recuperada pela historiografia nacional principalmente durante o século XIX. Foi re-editada e tornou-se de grande interesse, considerada a “certidão de nascimento” do Brasil. Ela pôde ser assim chamada porque:
Alternativas
A. Foi considerado o primeiro documento escrito sobre o Brasil.
B. Pero Vaz de Caminha foi o único a dar a boa nova do achamento do Brasil.
C. Por meio deste documento os portugueses declararam a posse do Brasil.
D. Descreve a natureza e as gentes.
Comentários
Enquanto a questão 2 dedica-se à uma leitura textual da Carta de Pero Vaz de Caminha, a questão seguinte oferece uma reflexão sobre os usos desse documento pela historiografia nacional e para a construção de determinadas memórias pelo documento assim considerado o primeiro documento escrito sobre o Brasil, embora não o único e nem um documento legal de posse dessa terra.
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 5 PONTOS
B - 0
C - 0
D - 1 PONTO
QUESTÃO 4:

A imagem que vemos acima:
Alternativas
Alternativas
A. É uma fotografia panorâmica da construção da capital federal do Brasil durante o governo de Juscelino Kubitschek (1955-1960).
B. É um plano urbano cujos prédios, ainda em sua estrutura, abrigariam moradias populares.
C. É um documento que registra a construção da capital do Brasil.
D. Mostra a construção de uma cidade planejada.
Comentário
Se nessa fase nos dedicamos à questão do documento, na quarta questão, a fotografia aparece claramente como um documento histórico, que registra e legitima uma cidade planejada. A temática da construção de Brasília, bem como fotos semelhantes à trazida na questão, são objeto recorrente em livros didáticos dos Ensinos Fundamental e Médio. Entretanto, vale ressaltar que, mais do que identificar o “Plano Piloto” de Lucio Costa ou os prédios da Esplanada dos Ministérios sendo construídos, informações presentes na própria imagem, importava perceber a necessidade de se registrar a construção dessa cidade, num processo sem paralelos da interiorização de uma capital nacional.
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 0
C - 5 PONTOS
D - 4 PONTOS
QUESTÃO 5
Imagens como a abaixo, cujo interior é oco, foram comuns na região das Minas Gerais durante o século XVIII.

Sobre ela podemos dizer que:
Alternativas
A. Se trata de uma estátua feita em madeira, provavelmente por algum artista da região das minas.
B. Era utilizada para o contrabando de ouro, driblando a fiscalização colonial.
C. Era utilizada somente por fiéis que guardavam relíquias em seu interior.
D. O uso atual da expressão “santo do pau oco” deriva do uso desse objeto para a contravenção.
Comentário
A questão 5 lida com um artefato (um objeto) como documento histórico, considerando que a cultura material fornece importantes indicações históricas sobre diferentes épocas. Era esperado que a equipe identificasse os usos que imagens como a apresentada tinham no período colonial e que, além de compreender a idéia do contrabando do ouro, extrapolasse rumo à conexão com a realidade atual, especialmente com a apropriação e transposição do nome – “santo-do-pau-oco” – para designar atividades e posturas que tendem a esconder as reais intenções dos indivíduos.
AUXÍLIO:

VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 4 PONTOS
C - 0
D - 5 PONTOS

Mapa das províncias brasileiras -1822

Mapa do Brasil atual
Estes dois mapas, um de 1822 e outro atual, registram momentos históricos distintos da conformação do território nacional. Ao observar os dois mapas pode-se afirmar que:
A. A configuração geográfica do território brasileiro resulta de um processo histórico.
B. A maior parte do território brasileiro já estava configurada em 1822.
C. A região cisplatina deixou de pertencer ao Brasil.
D. A área compreendida pela floresta Amazônica não integrava em 1822 o território brasileiro.
Comentário
Na questão 6, novo tipo de documento surge: o mapa. A informação cartográfica, que demanda sempre uma leitura cuidadosa, indica o processo de formação do território nacional. A comparação entre o mapa das províncias brasileiras em 1822 e o mapa atual indica que, no início do século XIX a conformação do território nacional era bem próxima à atual (e, evidente, a Amazônia fazia parte desse mapa, ainda que não assim denominada no documento), indicando, primordialmente, que o território não é um dado sempre existente, mas o resultado de um processo histórico.
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 5 PONTOS
B - 4 PONTOS
C - 1 PONTO
D - 0
QUESTÃO 7:
Trecho 1 - "Triste fim de Policarpo Quaresma"
“Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação da cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções.
Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiram como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.
Às vezes se sucedem na mesma direção com uma freqüência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.
Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas.
Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras de cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau a pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno do qual formiga uma população; adiante é uma velha casa da roça, com varandas e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada e querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos”.
Veja também como ele descreve a vida nos subúrbios cariocas:Neste trecho do romance de Lima Barreto, publicado na forma de folhetim em 1911 no Jornal do Commercio, e depois editado em 1915, temos:
Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiram como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.
Às vezes se sucedem na mesma direção com uma freqüência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.
Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas.
Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras de cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau a pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno do qual formiga uma população; adiante é uma velha casa da roça, com varandas e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada e querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos”.
Trecho 2 - "Triste fim de Policarpo Quaresma"
Veja aqui, no mesmo romance, a forma como o autor descreve a cidade do Rio de Janeiro em um dia de domingo.
“O bonde tardou um pouco. Chegou. Tomaram. Desceram no Largo da Carioca. É bom ver-se a cidade nos dias de descanso, com as suas lojas fechadas, as suas estreitas ruas desertas, onde os passos ressoam como em claustros silenciosos. A cidade é como um esqueleto, faltam-lhe as carnes, que são a agitação, o movimento de carros, de carroças e gente. Na porta de uma loja ou outra, os filhos do negociante brincam em velocípedes, atiram bolas e ainda mais se sente a diferença da cidade do dia anterior.”
“Não havia ainda o hábito de procurar os arrabaldes pitorescos e só encontravam, por vezes, casais que iam apressadamente a visitas, como eles agora. O Largo de São Francisco estava silencioso e a estátua, no centro daquele pequeno jardim que desapareceu, parecia um simples enfeite. Os bondes chegavam preguiçosamente ao largo com poucos passageiros. Coleoni e sua filha tomaram um que os levasse à casa de Quaresma. Lá foram. A tarde se aproximava e as toilettes domingueiras já apareciam nas janelas. Pretos com roupas claras e grandes charutos ou cigarros; grupos de caixeiros com flores estardalhantes; meninas em cassas bem engomadas: cartolas antediluvianas ao lado de vestidos pesados de cetim negro, envergados em corpos fartos de matronas sedentárias; e o domingo aparecia assim decorado com a simplicidade dos humildes, com a riqueza dos pobres e a ostentação dos tolos.”
“Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles em inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino.
Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem.”
Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem.”
Você gostou dessa leitura? O livro completo pode ser encontrado no site Domínio Público – biblioteca digital desenvolvida em software livre – Governo Federal
Alternativas
A. Uma descrição da influência da topografia nos processos de urbanização de bairros da cidade.
B. A paisagem em mutação sobretudo nos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro.
C. Uma diversidade que forma um conjunto novo – a moradia das camadas populares – que ficava estampada na arquitetura e na disposição de ruas e casas, que casualmente se agrupam.
D. Por se tratar de um texto literário, há poucas informações sobre os aspectos urbanos da cidade.
Comentários
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 4 PONTOS
C - 5 PONTOS
D - 0
QUESTÃO 8:

Transcrição:
“Eu abaixo assinado declaro que tenho vendido a Ilmª D. Maria Antonia Teixeira um Escravo de nome Benedicto de nação Crioulo com todos os vícios e achaques novos e velhos tal e qual o possuo pela quantia de Duzentos e dez mil réis que recebi em favor desta em notas correntes – livre e desembaraçado de penhores e hipotecas, obrigando esse se fazer boa e valiosa venda para sempre fazendo o dito __________________ obrigado a pagar a Ciza.
Rio de Janeiro 4 de Set de 1851
SÂO R500$010
Declaro que este escravo me foi remetido de Pernambuco por Manoel Pereira Teixeira. do qual faço venda por consentimento e ordem de José Teixeira Bastos.
Consentimento e afirmação acima João Antonio da C. Porto”
Glossário:
Crioulo:
O termo crioulo era utilizado para designar os descendentes de estrangeiros. Na América Espanhola o termo era utilizado para diferenciar os filhos dos espanhóis nascidos nas colônias dos próprios espanhóis. Também era utilizado para distinguir os negros nascidos no Brasil e nos EUA dos trazidos da África. No século XIX, no Brasil, era comum a utilização de vários tipos de indicações para identificar os escravos, uma delas era a sua origem, para isso geralmente o nome do cativo vinha acompanhado do local onde havia nascido. Os Africanos eram identificados a partir do porto de embarque na África (Angola, Cabinda, Benguela, Guiné etc.) e os filhos de africanos nascidos no Brasil identificados como crioulos.
O termo crioulo era utilizado para designar os descendentes de estrangeiros. Na América Espanhola o termo era utilizado para diferenciar os filhos dos espanhóis nascidos nas colônias dos próprios espanhóis. Também era utilizado para distinguir os negros nascidos no Brasil e nos EUA dos trazidos da África. No século XIX, no Brasil, era comum a utilização de vários tipos de indicações para identificar os escravos, uma delas era a sua origem, para isso geralmente o nome do cativo vinha acompanhado do local onde havia nascido. Os Africanos eram identificados a partir do porto de embarque na África (Angola, Cabinda, Benguela, Guiné etc.) e os filhos de africanos nascidos no Brasil identificados como crioulos.
Achaque:
Termo utilizado para descrever de forma geral as imperfeições morais, a más disposições, manias, vícios e tendência a doenças. No caso dos escravos o termo podia ser utilizado no momento da venda como declaração de que o cativo possuía vícios, garantindo assim que a informação fora dada antes de se efetuar a venda.
Termo utilizado para descrever de forma geral as imperfeições morais, a más disposições, manias, vícios e tendência a doenças. No caso dos escravos o termo podia ser utilizado no momento da venda como declaração de que o cativo possuía vícios, garantindo assim que a informação fora dada antes de se efetuar a venda.
Afirmação:
Refere-se ao ato de afirmar ou firmar aquilo que foi dito ou escrito. Em documentos refere-se à assinatura daquele que realiza o negócio ou faz uma declaração.
Refere-se ao ato de afirmar ou firmar aquilo que foi dito ou escrito. Em documentos refere-se à assinatura daquele que realiza o negócio ou faz uma declaração.
Ciza:
O termo Ciza refere-se ao imposto que se deveria pagar ao Estado sobre a compra e venda de bens, nos quais se incluíam os escravos. Essa taxa é chamada nos dias de hoje de imposto de transmissão. É importante lembrar que no séculoXIX devido à não padronização da ortografia brasileira esse, como tantos outros termos, podia receber mais de uma grafia, sendo encontrado em documentos grafado como Sisa, Cisa ou Siza.
O termo Ciza refere-se ao imposto que se deveria pagar ao Estado sobre a compra e venda de bens, nos quais se incluíam os escravos. Essa taxa é chamada nos dias de hoje de imposto de transmissão. É importante lembrar que no séculoXIX devido à não padronização da ortografia brasileira esse, como tantos outros termos, podia receber mais de uma grafia, sendo encontrado em documentos grafado como Sisa, Cisa ou Siza.
Observe o documento e indique a alternativa mais pertinente:
Alternativas:
A. Trata-se de um documento que possui texto impresso, texto manuscrito e imagem.
B. A imagem de senhores e de escravos era utilizada porque muitas pessoas não alfabetizadas poderiam mesmo assim reconhecer que se tratava de um ato de compra e venda.
C. Não é um contrato comercial.
D. É um documento que comprova que a propriedade de escravos era regida por lei.
Comentário:
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 1 PONTO
B - 5 PONTOS
C - 0
D - 4 PONTOS
QUESTÃO 9:
A imagem abaixo expressa de forma irônica uma fase da história recente do Brasil:

Comentário
A questão 9 utiliza a charge para falar do tema da ditadura militar no Brasil. O brasileiro sendo “chutado” para fora do Brasil, seguindo o slogan “ame-o ou deixe-o” e a forma irônica utilizada pelo desenhista remetiam as equipes à questão patriótica associada ao alinhamento ao regime.
QUESTÃO 9:
A imagem abaixo expressa de forma irônica uma fase da história recente do Brasil:

Alternativas
A. Trata-se de uma charge que satiriza um sentimento patriótico que o governo militar queria difundir.
B. Mostra que aqueles que se submetiam ao regime seriam expulsos do país.
C. Trata-se de uma charge de autoria de Ziraldo publicada no jornal Pasquim de 1970.
D. A figura central da charge representa os poderes dominantes do Brasil naquela época.
Comentário
VALOR DAS RESPOSTAS:
A - 5 PONTOS
B - 0
C - 1 PONTO
D - 4 PONTOS
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